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Anomalias da soja: desafios, impactos e estratégias de controle

A soja é uma cultura extremamente importante para o agronegócio brasileiro, sendo um dos principais pilares da economia do país. A cada safra, surgem novos desafios, e na safra 2023/24 não foi diferente. Estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) indicam uma queda de 5% na produção em comparação à safra anterior, em grande parte devido às condições climáticas adversas causadas pelo fenômeno El Niño.


Esse fenômeno climático não afetou apenas o clima, mas também contribuiu para a expansão de anomalias na cultura da soja em novas regiões produtoras. Para produtores e profissionais do agronegócio, compreender esses desafios e as oportunidades que surgem é essencial para enfrentar as dificuldades e manter a sustentabilidade da produção.


A safra 2023/24 evidenciou a intensificação das anomalias da soja, um problema que surgiu inicialmente na safra 2018/19, no estado do Mato Grosso. Até então, essas anomalias, como o quebramento de hastes e a podridão dos grãos e vagens, estavam restritas a essa área. No entanto, com a influência do El Niño, essas anomalias se espalharam para outras regiões, como o Sul do Brasil.


A anomalia da soja está associada a fungos que prosperam em condições de alta umidade e temperaturas amenas, características típicas do El Niño. As manifestações dessas doenças resultam em necrose das hastes, tombamento das plantas e danos severos aos grãos e sementes, que podem continuar a se deteriorar mesmo durante o armazenamento.


A expansão dessas anomalias trouxe um impacto econômico significativo. Nas últimas três safras, as perdas associadas a essas doenças no Cerrado foram estimadas em aproximadamente R$ 1,5 bilhão. Com a chegada dessas anomalias ao Sul do Brasil, o cenário fica ainda mais preocupante, uma vez que essa região ainda não havia enfrentado uma epidemia dessa dimensão anteriormente.


Identificação e Sintomas das Anomalias

As principais anomalias identificadas incluem:

  • Quebramento da Base da Haste da Soja (QBAS): Apresenta-se principalmente no início do estágio reprodutivo, caracterizando-se pelo alongamento do caule entre a folha cotiledonar e as folhas primárias, seguido de um estreitamento e eventual quebra.

  • Abertura de Vagens Imaturas da Soja (AVIS): Ocorre durante o enchimento de grãos, resultando no rompimento do invólucro da vagem no sentido do comprimento, o que gera uma fenda e o aborto das sementes.

  • Podridão de Vagens e Grãos de Soja (PVGS): Surge como consequência da abertura das vagens, levando à germinação e apodrecimento das sementes e da vagem devido à ação de fungos oportunistas.

 

Causas das Anomalias

As causas dessas anomalias ainda não são totalmente compreendidas, mas alguns estudos apontam para possíveis fatores desencadeantes:

  • Quebramento de Haste (QBAS): Pode ser causado por um desbalanço hormonal e nutricional que leva ao alongamento excessivo da haste, tornando-a mais suscetível à quebra. Fungos como Colletotrichum spp., Diaporthe spp., Macrophomina phaseolina e o complexo Fusarium incarnatum-equiseti foram isolados de hastes quebradas.

  • Abertura de Vagens e Podridão de Grãos (AVIS/PVGS): O déficit hídrico durante o enchimento dos grãos pode ser um fator desencadeante. A presença de fungos do complexo Fusarium incarnatum-equiseti em vagens já afetadas sugere que os fungos são mais uma consequência do que a causa inicial da abertura das vagens.


Métodos de Prevenção e Controle

Dado que as causas dessas anomalias ainda não são completamente definidas, o manejo preventivo e o controle das mesmas são desafiadores. No entanto, algumas estratégias podem ser adotadas:

  1. Cultivares Resistentes: Pesquisas focadas em materiais genéticos com maior resistência a essas anomalias podem resultar no uso de cultivares menos suscetíveis ao QBAS e AVIS/PVGS.

  2. Época de Plantio: A escolha da janela de plantio pode reduzir a exposição a estresses abióticos, minimizando o risco de ocorrência dessas anomalias.

  3. Nutrição e Fisiologia: Manter níveis nutricionais e hormonais adequados é fundamental para evitar desbalanços que possam desencadear essas anomalias.

  4. Uso de Fungicidas: Embora o uso de fungicidas seja uma prática comum na cultura da soja, seu uso deve ser integrado a outras estratégias. Fungicidas como ELATUS, ALADE e MITRION, que contêm a molécula solatenol, têm se mostrado eficazes no controle dessas anomalias.


A expansão das anomalias na cultura da soja durante a safra 2023/24 reflete a complexidade dos desafios enfrentados pelo setor agrícola no Brasil. A influência do El Niño, combinada com a disseminação de patógenos agressivos, exige que produtores e pesquisadores adotem estratégias inovadoras de manejo. A utilização de fungicidas eficazes, aliada ao monitoramento constante e ao manejo preventivo, é fundamental para reduzir os impactos dessas doenças e garantir a sustentabilidade da produção de soja no país, aliado com um programa nutricional bem completo.


A preservação da produtividade, rentabilidade e competitividade da soja brasileira no mercado global é uma prioridade que deve ser tratada com seriedade e inovação contínua. A Dinac, por meio do seu portfólio nutricional, a marca DPG®, e produtos como o Amino-D, contribui significativamente para a produção nacional de soja. O Amino-D, com aminoácidos livres em forma absorvível pela planta, desempenha um papel crucial na síntese de proteínas e hormônios vegetais, auxiliando na recuperação de estresses e estimulando o metabolismo da planta. Além disso, ele promove o aumento da absorção e transporte de nutrientes, potencializando o desenvolvimento da soja e contribuindo para a maximização da produtividade e rentabilidade da lavoura.


Autoria do Gerador de Demanda da Dinac, João Pedro Franco e revisão da Gerente de Geração de Demanda, Vanessa de Oliveira.

 

TODAS AS DEMAIS PRÁTICAS AGRONÔMICAS RECOMENDADAS PARA OS CULTIVOS DEVEM SER OBSERVADAS, PARA BUSCAR O POTENCIAL PRODUTIVO DAS CULTURAS. CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO.

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