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Fusariose: a principal ameaça à cultura do maracujá

Atualizado: 15 de out. de 2024

Uma doença devastadora na cultura do maracujá, atacando suas raízes, fazendo com que as folhas percam sua a cor verde-brilhante característica, tornando-se verde-pálido e com aspecto de cartucho. Uma doença que entristece lavouras e seus proprietários, provocando perdas de algumas áreas ainda no primeiro ano, o que desestimula e dificulta à produção. Uma doença que deu a cultura o apelido de nômade, dado que, os produtores frequentemente mudam de área para evitar a doença. Esta é a fusariose, causada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. Passiflorae, uma das principais infecções que afetam as raízes do maracujazeiro.


A cultura do maracujá apresenta expressão econômica em ascensão em solo brasileiro, principalmente no Nordeste, sendo os estados da Bahia e Ceará os maiores produtores nacionais da fruta. Em 2022 o Brasil produziu quase 700 mil toneladas da fruta em 45 mil hectares, se consolidando como o maior produtor mundial. Contudo a ocorrência de problemas fitossanitários tem contribuído nos últimos anos para a redução da vida útil e baixa produtividade dos plantios, sendo a fusariose, ou podridão do colo, a principal causa. Também conhecida como podridão do colo, essa doença foi relatada pela primeira vez no Brasil em 1968 e desde então tem causado grandes prejuízos aos produtores.


A murcha das extremidades dos ramos é um dos primeiros sinais visíveis de fusariose no maracujazeiro, indicando que as raízes da planta já estão apodrecidas. A doença geralmente ocorre em reboleiras, com pequenos ou grandes focos distribuídos ao acaso nos pomares. O caule pode apresentar rachaduras no colo e quando se remove a casca da planta, é possível observar os tecidos escurecidos, com coloração vinho no sentido do comprimento, pois o micélio do fungo coloniza os vasos da planta, bloqueando o xilema e consequentemente o fluxo de água, provocando a murcha e posteriormente a morte. A fusariose é a principal causa de morte prematura do maracujazeiro, reduzindo o tempo de exploração da cultura e inviabilizando o cultivo em algumas áreas, devido às estruturas de resistência do fungo (clamidósporos) que garantem sua sobrevivência no solo por longos períodos.


Causas e disseminação


O fungo F. oxysporum f. sp. passiflorae se estabelece no sistema radicular, especialmente em áreas com altas temperaturas e umidade relativa, solos ácidos, argilosos, mal drenados e infestados com nematoides. A disseminação do patógeno ocorre pelo contato de raízes infectadas com sadias e pela água da chuva ou irrigação, que transporta os esporos juntamente com as partículas de solo. O fungo penetra nas raízes por meio de aberturas naturais ou ferimentos causados por implementos agrícolas e nematoides. Outra forma de dispersão da doença é a aquisição de mudas contaminadas.


Manejo


Alguns cuidados preventivos podem ser tomados para evitar a ocorrência da doença:

  • Não instalar pomares em áreas com histórico de fusariose.

  • Não plantar em solos pesados e compactados.

  • Utilizar mudas de viveiristas idôneos e sadias.

  • Evitar ferimentos no colo e no sistema radicular das plantas.

  • Manter distância mínima de 60 cm entre os gotejadores e as plantas.

  • Monitorar a ocorrência de nematoides na área.

  • Erradicar plantas infectadas para evitar a disseminação do inóculo.


Solução


Muitos pesquisadores buscam alternativas viáveis para o controle da fusariose no maracujá, estudos com o uso de porta-enxertos para esta cultura visando o controle de patógenos habitantes do solo já são enfatizados por alguns autores. Apesar de promissores, os resultados podem não ser suficientes, uma vez que o comportamento do fungo pode ser influenciado por diversos fatores, entre eles, as condições ambientais.

Assim, uma das alternativas que podem ser utilizadas é o controle biológico, que visa o controle deste fungo por meio da utilização de outros microrganismos. A Dinac vem conduzindo campos demonstrativos com o mais novo produto da Syngenta Biologicals, o CERTANO.

 

Certano tem ação bionematicida, reduzindo a atração e penetração da forma juvenil de nematoides nas raízes, além de produzir compostos e metabólitos que agem diretamente na morte dos nematoides e na eclosão de ovos. Este produto também tem ação biofungicida, competindo com os fungos por espaço e nutrientes, produzindo lipopeptídeos com função de antibiose, morte de micélios e inibição da germinação de conídeos.

 

A fusariose no maracujá é uma doença complexa e de difícil controle, mas com manejo adequado e uso de tecnologias avançadas, é possível minimizar os impactos e garantir a viabilidade da cultura.

 


Autoria do Gerador de Demanda da Dinac, Thauan Pedra e revisão da Gerente de Geração de Demanda, Vanessa de Oliveira.


TODAS AS DEMAIS PRÁTICAS AGRONÔMICAS RECOMENDADAS PARA OS CULTIVOS DEVEM SER OBSERVADAS, PARA BUSCAR O POTENCIAL PRODUTIVO DAS CULTURAS. CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO.

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